Das maçãs aos enfeites de vidro: conhece a história da bola de natal?

Na antiguidade, a árvore era decorada com frutos, sobretudo maçãs de casca amarela para lembrar os tons dourados do paraíso. Agora, há peças redondinhas com mil e um feitios. Haja inspiração.

É preciso recuar muitos e muitos anos para ver uma árvore de Natal decorada com pedras e frutos. Frutos de verdade normalmente num pinheiro ou num carvalho com raízes. Na antiguidade, a árvore da época natalícia representava a vida, o nascimento de Jesus, a salvação do homem e do Mundo.

E os frutos de casca amarela, sobretudo maçãs, simbolizavam os alimentos dourados e brilhantes do paraíso. A mitologia grega falava em ninfas que viviam num jardim de maçãs de ouro com um dragão de sentinela sempre pronto a defender a entrada.

A partir do século VI, as maçãs, produtos perecíveis e com prazo de validade, são substituídas por outros enfeites na árvore e a sua forma redonda inspirou as bolas de Natal que não deixaram de ter um papel importante como as mais fiéis representantes dos frutos da vida. E havia um respeito pela hierarquia: quanto mais alta a bola, mais espiritualidade ao redor.

Há tradições que não vão embora. E há quem as conte porque cada número tem a sua simbologia. Doze bolas na árvore, ou múltiplos de 12, dependendo da dimensão da árvore, representam os 12 apóstolos. Trinta e três bolas lembram a idade de Cristo. Ou 24 a 28, uma a uma, por cada dia do advento até à chegada do Natal. Há ainda as bolas com alto teor religioso que representam orações. Cada oração tem a sua cor. Bolas azuis são orações de arrependimento, prateadas de agradecimento, douradas de louvor, vermelhas de prece.

Bolas azuis são orações de arrependimento, prateadas de agradecimento, douradas de louvor, vermelhas de prece

As primeiras bolas coloridas de vidro apareceram no século XVIII, feitas pelos exímios sopradores de vidro da Boémia, na República Checa. Tradição ou ritual, século a século, a bola de Natal preservou o seu poder como uma das peças-chave da decoração da época. É um enfeite obrigatório nas árvores a sério ou nas artificiais que, nos tempos modernos, têm várias tonalidades, formas e feitios.

Os tempos pulam e avançam e as bolas de Natal mantêm a forma redonda. Tudo o resto pode mudar. A imaginação é pródiga nestas habilidades e a modernidade não tem freios na criatividade. Há bolas de vidro, bolas com desenhos alusivos à época, bolas de todas as cores possíveis e imaginárias, bolas com neve, com purpurinas, com brilhantes.

Bolas de pano, bolas de plástico. Com lantejoulas, com fios de ouro ou de prata, suspensas por fios ou fitas de cetim. Bolas estilizadas. Bolas transparentes com presépios, pais natais, árvores em miniatura. Bolas estampadas com pautas de música, botões colados, desenhos pintados à mão. Bolas feitas com papel. Bolas feitas com pérolas. Bolas de esferovite. Bolas com fotografias da família ou com smiles. Bolas de madeira, bolas de porcelana. Bolas personalizadas com rostos e recordações. Bolas para todos os gostos.

As bolas já não são o que eram porque podem ser tudo o que se quiser. Mas uma coisa é certa. O seu lugar está mais do que assegurado neste campeonato dos enfeites de Natal.