Uma casa de gengibre para cozinhar e comer, pois claro
É uma tradição nesta época de Natal (mais nuns países do que noutros). Há várias receitas, exige projeto de arquitetura, mil e uma forma de decoração, e a criatividade é bem-vinda. Quanto mais mãos para envolver a massa, melhor.
Ponto número um: dá trabalho, bastante trabalho. Ponto número dois: parece mais difícil na teoria do que realmente é. Ponto número três: cheira bem e sabe ainda melhor. Por onde começar? Pois bem, pela receita e há várias disponíveis, umas mais simples, outras mais complexas, com um denominador comum. São precisas bolachas de gengibre. Sem elas, nada feito.
Ponto número quatro: é preciso tempo, disponibilidade, concentração, espírito de aventura. É receita para fazer a várias mãos. Sofia Cotrim é autora do blog “Mundo de Sofia” e garante que na cozinha há muito para aprender e explorar. A casa de gengibre é disso um exemplo. “Não é muito rápida de fazer, é divertida de se fazer, pode não ficar perfeita, mas não há problema”, comenta. Os momentos em família, numa quadra festiva e de celebração, são tão ou mais importantes do que o resultado final.
Por que não dedicar algum tempo a uma casa de gengibre para fazer no lar, à volta da mesa, com tempo de qualidade, e que se come no fim? “É o tipo de projeto para se fazer em família, perfeito para se fazer em casa, a que temos de dar atenção, o que acaba por ser mais apetitoso”, destaca Sofia Cotrim.
A casa de gengibre é uma das tradições de Natal na Alemanha, nos países nórdicos, na América também, e que se tem espalhado por diversos lugares do Mundo – e Portugal não é exceção.
O resultado final importa, uma casa que é decoração e sobremesa fica sempre bem à mesa, mas o mais interessante e engraçado é o processo para quem quer arregaçar as mangas.
A empreitada, o desenho, técnico, os moldes
Tudo a postos? Batedeira, rolo da massa, vara de arames, saco de pasteleiro, balança, forno, ingredientes e recipientes [ver a receita aqui]. Mas antes de tudo, e porque se trata de uma casa, é preciso dedicar algum tempo ao projeto, ao desenho técnico, aos moldes, para definir o aspeto da casa de gengibre. Na Internet, há diversos modelos e tamanhos, com diferentes graus de dificuldade.
Construir a casa em cartão é um passo inteligente que poupa recursos e dores de cabeça. Uma espécie de modelo 3D. Depois é cortar as peças de cartão e montá-las para perceber como tudo se junta, tudo se cola, antes de fazer o mesmo com as placas de bolacha que se colam com glacê. É preciso delicadeza e a máxima atenção. E a base? Caso trabalhes com uma de cartão, pode ser forrada com pasta de açúcar.
Decoração, rédea solta à criatividade
Das duas uma, ou a inspiração surge dos modelos disponíveis para decorar o exterior da casa, ou então liberdade total à imaginação. Decoram-se as peças individualmente, os limites das janelas, por exemplo, e depois a casa toda.
Há um mundo de possibilidades e de gostos também. Gomas, pérolas de açúcar, pintarolas, guloseimas, M&M, wafers pequenas que podem ser as portadas das janelas, chantili que dá o ar de neve, pastas de açúcar. O que se quiser. E cá vai uma dica de embelezamento. É possível replicar os vidros das janelas. Quando a massa vai ao forno, colocar rebuçados de limão (ou do que se quiser) esmagados nos recortes vazios das janelas. Os rebuçados derretem durante a cozedura e formam um vitral com aparência de vidro.
Ponto número cinco: como já deves ter entendido, não é casa que se faz do pé para a mão, que se coma minutos depois de sair do forno. Nada disso, é preciso começar com antecedência, um ou dois dias antes de passar de elemento de decoração a iguaria. Ou mais. Como a vontade ditar.